segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Poesias de Amor Fernando Pessoa



Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?

O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o príncipio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

NAMORAR... À MODA ANTIGA


Eu devo estar mesmo a ficar velha!

Digo isto porque ultimamente dou por mim a pensar em coisas que se passaram há tanto tempo, por exemplo: Namorei o meu marido tinha só 14 anos, tão novinha! Como não tenho irmãos, foi um grande choque para os meus pais quando eles descobriram, principalmente o meu pai, que ficou muito zangado comigo. Claro que fui logo proibida de falar com o “rapaz” e naquela altura não havia telemóveis! Foi mesmo um drama... falávamos às escondidas e eu como não gosto de mentiras não me sentia nada bem assim, mas como gostava dele não tinha outra maneira de contornar a situação, lá diz o velho ditado: "Pai impertinente faz o filho desobediente".

E o tempo foi passando e nós a namorar... entretanto ele foi cumprir o serviço militar que era obrigatório, e eu fiquei por cá. Ele foi para as Caldas da Rainha, Tavira, Tancos, Abrantes, Madeira, Santa Margarida, e Angola. Foram mais ou menos 40 meses de cartas para cá, cartas para lá, quase todos os dias chegava correio para mim, e eu sempre alerta para o meu “papá” não apanhar o carteiro, era mesmo uma canseira...

Ao fim de todo esse tempo de cartas e fotos, ele voltou, e estávamos os dois mais maduros mas sempre gostando um do outro, e por isso o meu pai não teve outro remédio senão aceitar o nosso namoro.

Tínhamos muitas regras, os tempos eram outros. Penso que se fosse hoje nenhum rapaz aceitava tantas limitações, mas ou era isso ou nada e ele gostava mesmo de mim, a prova disso é uma vida em comum,

como era bom !!!



Quero que me chame de querida.
Me ofereça flores.
Me encha de amores.
Quero ser a sua donzela.
Com laços de fitas amarelas.
Para de mãos dadas passear no jardim.
Quero visitar o mar.
E poder te abraçar.
Debaixo do guarda-chuva.
Olhar a noite serena.
Com pingos de chuvas caindo.
Sentindo o cheiro e o frescor.
Embalando o nosso amor.
Quero que me ame sem medidas.
Que me beije a boca.
Que me envolva toda .
Nesses braços fortes a me apertar.
Junta-me coladinha em seu corpo.
Para seu coração eu escutar.
Bom ser amada lentamente.
Deliciando seu sabor perdidamente.
Sem tempo e hora de acabar.
Me ame forte e me faça sonhar.
Quero um amor á moda antiga.
Para ser sua querida.
E nos braços do amor me entregar
.

"Amor à moda antiga"


Foto Principal desta Notícia

A SEMANA NACIONAL DE MUSEUS: em comemoração ao Dia Internacional dos Museus (18 de maio), o Conselho Internacional de Museus (ICOM) elegeu em 2010, o tema: "Museus para a harmonia social". O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC) com o mesmo tema, promove a 8ª Semana Nacional de Museus, no período de 17 a 23 de maio. Desde sua primeira edição em 2003, a Semana Nacional de Museus tem o propósito de integrar os museus brasileiros e intensificar sua relação com a sociedade.

A temática "Museus para harmonia social", destaca o papel do museu como uma instituição conectada ao mundo contemporâneo e interessada na vida social, política e econômica da sociedade em que está inserida. Estimula ainda a discussão, a reflexão e a prática do respeito e da valorização das diversidades e diferenças.

O CEOM: O Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina - CEOM/UNOCHAPECÓ, programa de pesquisa e extensão que existe desde 1986, com os objetivos de reunir, preservar, divulgar, valorizar e refletir sobre história e o patrimônio cultural da região oeste de Santa Catarina. Buscando intensificar suas atividades e também visando inserir-se na Semana Nacional de Museus, o Centro organizou uma exposição temática.

O PROJETO: Para este ano, a nova exposição do CEOM, foi realizada a partir de pesquisa externa, com a colaboração da comunidade regional e, não somente com os acervos que estão sob guarda do Centro como acontecia nas exposições anteriores. Trabalhando sempre na perspectiva de abordar aspectos da história regional, a proposta se ampliou, com a oferta de colaboração do Museu Comunitário de Ipumirim/SC, do Museu Municipal de Pinhalzinho/SC, da Fundação Cultural de Concórdia/SC, além de iniciativas de particulares. A exposição "Amor à moda antiga", será apresentada no CEOM e ganhará versões nos museus de Ipumirim e Concórdia, ainda neste ano. A mostra será exibida no espaço expositivo do CEOM e a proposta é que, para 2011, ela circule em outros municípios, inicialmente nas cidades parceiras do projeto e, depois, nas demais cidades da região Oeste Catarinense que tiverem interesse.

A EXPOSIÇÃO: "Amor à moda antiga" tem como mote central história dos casamentos de 1900 a 1970, de sujeitos que fixaram residência na região. Assim, estarão representados casamentos realizados em diversas cidades do Rio Grande do Sul, donde os noivos migraram, além de cerimônias ocorridas nas cidades catarinenses. Por ser uma pesquisa realizada por demanda espontânea (onde os interessados oferecem-se para colaborar) as imagens retratam em sua maioria o ritual de casamento sob a ótica religiosa católica, além de centrar-se especialmente em retratos do casal de noivos. Isso porque, raros eram os noivos que mantinham um álbum completo, retratando os diversos aspectos da cerimônia ou de outros momentos, como o namoro por exemplo. Das primeiras imagens, feitas dias ou meses depois da cerimônia, vamos acompanhando a gradativa popularização da fotografia, que passa a retratar o momento do ato e os aspectos cotidianos, de modo mais espontâneo, abandonando a teatralização da imagem, tão comuns nos primeiros tempos.

Como pensar as relações afetivas através do tempo? "Amor à moda antiga" promove reflexões acerca das mudanças ocorridas no amor e no casamento ao longo das décadas. As imagens selecionadas, retratam algumas de tantas histórias que foram silenciadas pelo tempo ou ficaram restritas às memórias familiares.

Amante à moda antiga




Eu sou aquele amante à moda antiga
Do tipo que ainda manda flores
Aquele que no peito ainda abriga
Recordações de seus grandes amores

Eu sou aquele amante apaixonado
Que curte a fantasia dos romances
Que fica olhando o céu de madrugada
Sonhando abraçado à namorada

Eu sou do tipo de certas coisas
Que já não são comuns nos nossos dias
As cartas de amor, o beijo na mão
Muitas manchas de batom daquele amasso no portão

Apesar de todo o progresso
Conceitos e padrões atuais
Sou do tipo que na verdade
Sofre por amor e ainda chora de saudade

Porque sou aquele amante à moda antiga
Do tipo que ainda manda flores
Apesar do velho tênis e da calça desbotada
Ainda chamo de querida a namorada

Eu sou aquele amante à moda antiga
Do tipo que ainda manda flores
Apesar do velho tênis e da calça desbotada
Ainda chamo de querida a namorada

Ainda chamo de querida a minha namorada
A minha namorada, a namorada
A minha namorada